Segundo as Escrituras, era inaceitável para os judeus que o Messias escandalosamente morresse pendurado numa cruz, morte reservada para os piores da escória humana. A própria lei dizia em Deuteronômio 21:23 que aquele que era pendurado no madeiro era maldito de Deus. Entre os judeus era inadmissível que o Messias sofresse, morresse e ressuscitasse. COMO, NO EVANGELHO, A RESSURREIÇÃO DE CRISTO É SUSTENTADA PELAS ESCRITURAS?
A nossa fé, a nossa crença, não pode ser jamais algo superficial. Tendemos a aceitar as coisas porque nos disseram isso, mas quando somos confrontados pelas Escrituras, nossos olhos e ouvidos espirituais são abertos. Muitos de nossos pensamentos e cosmovisões são descartáveis, no que diz respeito às coisas espirituais. Mas, quando Deus pelo Espírito Santo nos revela pela fé o Evangelho da ressurreição, isso torna para nós real, verdadeiro e singular. De tal forma que jamais podem nos tirar isso. Como disse Paulo, no capítulo um da primeira carta aos coríntios o que pareceria ser uma insensatez por parte de Deus, é mais sábio que a sabedoria humana, e o que pareceria ser uma franqueza de Deus é mais forte que a força do homem. (1Co 1:25)
Na realidade, se Cristo não tivesse morrido, nem mesmo falaríamos em ressurreição, ou se não tivesse ressuscitado não haveria salvação, pois um Salvador morto não pode salvar ninguém. A doutrina da morte e ressurreição de Cristo se completam, e é o fundamento do cristianismo. Se nos for tirada, afundariam todas nossas esperanças de eternidade.
A verdade absoluta da ressurreição nos é revelada pelo próprio Deus, segundo o testemunho interno do Espírito Santo e testemunho externo da Palavra. Quando o apóstolo Paulo afirma em 1Co 15:3-4 que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; cremos convictamente que as Escrituras respondem as Escrituras.
A ressurreição se sustenta pelas profecias bíblicas. Textos áureos da Bíblia, como em Gênesis 3:15, o próprio Deus faz a promessa que chegaria um dia, o Messias, nascido de mulher, esmagaria a cabeça da serpente, e esta lhe feriria o calcanhar mortalmente. Em Êxodo, a figura do tabernáculo, nas ordenanças de sacrifícios, na adoração e no sistema sacerdotal em Levítico, tudo apontava para Cristo, nosso Sumo Sacerdote. Da mesma forma que Josué se apresenta como guerreiro na liderança da conquista de Canaã, Cristo como o grande guerreiro conduz o povo a tomar posse dos novos céus e da nova terra. Nos Salmos, vemos Cristo desde sua humilhação até sua exaltação (Salmo 24). A profecia mais clara sobre Cristo está em Isaias 53 o servo sofredor certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si.... Ele foi transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades... (Is 53:4-5). Em Lucas 24, o próprio Jesus, após a ressurreição, aparece a dois de seus discípulos indo de Jerusalém para Emaús, um tanto quanto desapontados por causa da condenação e morte de Cristo, e fala para eles, que tudo que acontecera estava escrito na Lei de Moisés, nos profetas e Salmos.
O Evangelho da ressurreição produz naqueles que estavam perdidos estabilidade, firmeza e convicção. Mantém a pessoa erguida num mundo perigoso e escorregadio. Concede poder de resistência num mundo tentador e sedutor. Blinda-os deste mundo, capacitando os crentes em Cristo a resistir e não ceder. Em Efésios 6:13-17 (Leia!) traduz acertadamente isso, e é precisamente o que faz a palavra do Evangelho.
Ninguém inventou o Evangelho para si mesmo; num sentido, ninguém jamais o descobriu para si mesmo. É algo que se recebe. Sem dúvida, aqui está a função da Igreja. Ela é o depósito e a transmissora das boas novas. As boas novas se recebem dentro de uma comunidade. E é nela que você nutre e cresce na sabedoria e no conhecimento. Não se trata de algo que se completa neste mundo, enquanto no mundo estamos. O cumprimento e a razão da ressurreição de Cristo abrirão aos homens o tesouro total da salvação. Há muitas coisas nesta vida que podemos esgotar, mas jamais conseguiremos esgotar o significado da salvação.
A vida tem problemas que parecem não ter solução e perguntas que parecem não ter respostas. Momentos escuros nos quais parecem que não há nada mais a fazer senão manter-se obstinado. A fé na ressurreição é sempre a vitória, a vitória da alma que se mantém agarrada tenazmente a Deus. Deus tem preparado para aqueles que são salvos em Cristo algo arrebatador, inconfundível, escatológico, sublime e sem comparação.
A fé no Evangelho da ressurreição nos torna uma igreja bíblica. E uma igreja bíblica é ter identidade nas Escrituras, é ser identificado com Cristo (palavra e testemunho). Não existe avançar um dia, um mês ou todo o ano de 2023 sem o Cristo ressurreto. Não existe vitória plena sem a fé na ressurreição. Não existe esperança do porvir sem Cristo.
Aquele que crê no Evangelho da ressurreição precisa antes de tudo entregar o que recebeu, que Cristo morreu pelos nossos pecados, conforme as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. (1Co 15:3-4). O Filho do homem veio salvar o perdido.
- Pr. Milton Fernandes Pastor auxiliar