Eu ainda sinto o cheiro dela. Ouço sua voz, seu riso e, principalmente, seus conselhos.
Os conselhos, não posso deixar de ouvir. Não posso honrar outro nome.
Mãe só tem uma. Sempre soube que o Dia das Mães era um dia especial. Ambíguo.
Dia de alegria, festa, dor e saudade. Hoje me é um resumo. A beleza de uma mãe precisa ser notada e cantada. Em cada detalhe, cada mãe é, das criações de Deus, a elevação da mulher.
Não há nada mais belo que uma mulher. Deus viu que a solidão do homem precisava ser saciada, somente com o que poderia ser de melhor no próprio homem.
Deus agracia a mulher com o dom da maternidade. Eleva a mulher ao dom de mãe. O que era belo alcança o ápice. Da gestação ao gesto. Uma mãe é bela no corpo, nos trejeitos, no andar. No trajeto ao parto.
Se o homem, coroa da criação, se torna atenção de Deus, o que seria a pessoa que faz a criação ser gestada em sua multiplicação? É, então, a mãe a vírgula da história, que sem ela não teríamos fim.
É ela que nutre, suporta, pare e amamenta. É ela que se torna o centro da casa. É quem carrega nova vida. Quem faz a casa andar. É quem administra, coloca as coisas no lugar.
É quem deixa a maior saudade. Quem faz o almoço ter significado. Quem promove a reunião mais besta em evento anual. Quem sabe a medida certa do remédio e sabe bater onde dói mais.
Sem mãe a gente fica sem sentido. Parece que o cordão umbilical com a vida se rompe. Ficamos sem chão, sem pátria e, por dias, sem norte.
Mãe é a mola mestra da casa, da família e de todo homem. Seja marido ou filho, um filho-da-mãe sem mãe é homem sem eira nem beira. Para a sociedade, mãe é necessário.
Curiosamente, como em tudo o que é assim, se sente muita falta quando se perde. Falar de nossas mães é fácil; quando não a tem mais, fácil falar. Difícil é não se engasgar.
Eu perdi a minha. Perdi porque tinha. Jeito estranho de se falar da mãe quando ela morre.
Porque, na verdade, a gente não perde. Não se perde a mãe. Ela está marcada na gente. Está no nosso jeito, nas manias. Nos gostos deixados. Na cultura da casa. Está na nossa escrita e na nossa caligrafia. Está no nosso café com leite. Está na alma.
Louvado seja Deus por cada mãe deste mundo. Até mesmo aquelas...
- Pr. Bruno Barroso Pastor Auxiliar