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Pedras quentes, corações frios

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A cena é daquelas que nos traz arrepio. Gritaria, covardia, violência.

Uma mulher pega em adultério é colocada perante o Mestre. Tarde da noite, em um julgamento feito por um plenário que recolhe, julga e executa, tudo ao mesmo tempo. Não há amor nem misericórdia, há injustiça. Não pela culpa da mulher, pois ela é culpada sim, mas injustiça pelo todo do fato. Era para ambos, homem e mulher, serem julgados por parte dos seus algozes. Os julgadores eram escribas e fariseus, senhores da lei que não estavam ali com isenção; antes, estavam julgando parcialmente, arrastando apenas a mulher e se esquecendo de seu parceiro.

A cena, como dito, é de tabloide, escândalo geral, flagrante adultério. Curiosos saem à busca de informação e o cheiro de sangue paira no ar. A mulher seria apedrejada até a morte. A lei era clara: “Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, serão mortos o adúltero e a adúltera” (Lv 20:10). Pegaram a mulher, e também queriam pegar a Jesus. A condenação seria agora com o aval de Jesus perante todos.

A exposição da lei, a religião vindo à tona e Jesus, antes daquele momento se tornar um fórum judicial que expusesse ainda mais a mulher adúltera, retorna então com uma afirmação. Uma frase simples que ecoa para toda a humanidade, em todo o tempo e vira um trunfo contra toda pedra apontada.

Jesus faz a simples declaração: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra”. Agora as pedras aquecidas nas mãos caem no chão, seu lugar de origem. Não há argumento que cale nossos próprios pecados. A acusação da própria consciência é algo de que não dá para fugir. Não podemos mentir para nós mesmos. Não podemos mentir para Deus, que é onisciente. Estamos todos juntos nisso, toda a humanidade, todos caímos, não podemos nos condenar, já estamos condenados. Precisamos mesmo é do perdão,

Da afirmação que protege a pecadora, Jesus volta, então, com o olhar de misericórdia e diz: “nem tampouco eu te condeno”. A única pessoa que poderia apedrejá-la a olhou com amor. Jesus poderia, sim, condená-la. O único que não tem pecado não condenou aquela mulher, antes disso, a perdoou, até porque também é o único que poderia perdoar.

Jesus não para por aí, o ensino é completo. Simplesmente absolvê-la seria corroborar com seu pecado. Ela sabia porque estava ali, sabia o que os homens fariam e soube agora quem era Jesus. Jesus não a condenando, fala a ela para ir e mudar de rumo, não pecar mais, não cair novamente, enfim, converter-se de seus maus caminhos.

Quando vemos os homens elencando pecadores, escolhendo a mulher e deixando o homem partir, vejo apenas a repetição da história. Fazemos isto, elencamos pecadores. Uns são mais pecadores que outros, segundo alguns juízos que fazemos. Deixamos certas pessoas cometerem falhas e condenamos outras, às vezes culpadas dos mesmos erros. Acepção de pessoas, prática nossa, não de Deus.

Também vemos no ensino de Jesus a confrontação de muitas das nossas ações. O “vá e não peques mais” é completo em seu ensino e nós, muitas vezes, deixamos reviver os pecados como se não fôssemos cair novamente e ficar passíveis de apedrejamento de novo. Achar que o perdão de Deus será sempre renovado esquecendo-nos das consequências inevitáveis da queda é inocência e desconhecimento das Escrituras. É necessário que haja mudança, Ele deixou claro. Não podemos mais nos permitir viver no erro. Devemos, após o perdão, caminhar em santidade, ir e não pecar mais, pois o perdão dado é chance de salvação e mudança.

A observação de Jesus é clara: todos pecaram.

A resposta de Jesus é esclarecedora: não podemos condenar.

A proposta de Jesus é objetiva: temos de mudar de vida.

Pastor Bruno Barroso | prbruno@oitavaigreja.com.br

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