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A PALAVRA TEM PODER?

Você já ouviu falar sobre a “teologia da confissão positiva”? Talvez você não esteja familiarizado com essa terminologia. Mas, provavelmente, escutou que a palavra tem poder, certo? E se eu te perguntar se alguma vez você já orou “declarando” ou “tomando posse” da sua bênção? Ou “profetizou” algo sobre sua vida ou sobre a vida do próximo? Pode ser que você tenha respondido “sim” para todas essas perguntas. Então, de certa forma, você a conhece.

A teologia da confissão positiva é uma linha teológica muito difundida especialmente no Brasil, que afirma que nossas palavras têm o poder de criar realidades espirituais que depois serão concretizadas no mundo material. Prega-se que somos revestidos de certa autoridade espiritual para “profetizar” sobre o mundo físico e esse será transformado. Fala-se muito sobre a oração de fé, aquela em que se tem a convicção de que aquilo que pedimos a Deus já se realizou.

Notamos que as palavras-chave são: poder, autoridade e fé. Vamos analisar cada uma delas. Voltamos então na principal questão do nosso texto: afinal, a palavra tem poder? E a resposta é: sim e não.

Não podemos negar que há um certo poderio em nossas palavras. A própria Bíblia diz isso, especialmente ao longo do livro de Provérbios. No capítulo 18, versículo 21, por exemplo, está escrito: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. Entretanto, que poder é esse? Certamente não é um poder cósmico, como o do próprio Deus, de criar realidades. Não. O referido livro de Provérbios e depois, no Novo Testamento, o livro de Tiago explicam muito bem o poder existente em nossa língua: a capacidade de, por meio dela, levar consolo para alguém, assim como ofender e caluniar pessoas e semear contendas.

Então, sim, as palavras são um instrumento poderoso, só que em nossos relacionamentos. Por isso, devemos usá-las sabiamente, de modo a proferir bênçãos e pregar a Palavra de Deus. Ademais, profetizar não é declarar coisas positivas na vida do próximo; a profecia refere-se acerca de uma mensagem inspirada diretamente por Deus para comunicar algo ou exortar o Seu povo. Nada além disso.

E qual autoridade nos foi dada? Bom, primeiramente, toda autoridade foi entregue a Cristo. Os crentes recebem parte da autoridade d’Ele. Autoridade direcionada a tarefas específicas, como: pregar o Evangelho, batizar, ensinar a Palavra e até expulsar demônios (Mateus 28.18-20). Ela tem contextos em que pode ser usada, mas não com o próprio Deus. É um perigo colocar o homem no lugar de Deus; em uma posição em que ele dá incumbências ao único que é onipotente, onisciente, onipresente e onividente. Além de tudo, o nome de Jesus não é para ser usado como se fosse uma palavra mágica. É um nome poderoso sim e devemos orar em Seu nome, entretanto precisamos aprender a orar - falaremos sobre isso adiante.

E a fé? Ela não é a “certeza das coisas que não se veem”? Quando o autor de Hebreus escreve no capítulo 11 que “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hb 11.1), ele não está falando sobre questões mundanas da nossa vida. Essa certeza nas coisas que não se podem ver diz sobre o fim dos tempos. Trata-se da nossa fé acerca das promessas vindouras da volta de Cristo.

Ao falarmos da relação de fé e oração, reitero que devemos orar com fé; mas não a que age como se o que foi pedido já se concretizou. A fé, quando tratamos de oração, é a confiança de que Deus é poderoso para realizar aquilo que pedimos, mesmo sem termos a certeza de que Ele de fato fará. É concernente a nossa firmeza naquele que tudo pode, nos ama e cuida de nós.

Precisamos entender o que é a oração e como orar da forma correta. Antes de tudo, a oração é nossa resposta à Palavra de Deus, um encontro com o Deus pessoal, a fim de nos relacionarmos com Ele. Além disso, oramos porque é um comando do próprio Senhor.

A oração não muda a vontade de Deus. Faz parte do ser de Deus Sua imutabilidade.  Aquilo que Ele decidiu fazer, Ele vai fazer. Nós oramos não para mover o coração do Senhor, e sim para que Ele mova o nosso. Para que Ele transforme a nossa mente de forma que vejamos a Sua vontade como melhor que a nossa; vontade essa que é boa, agradável e perfeita (Romanos 12.2).

Como Jesus nos ensinou, devemos pedir para que a vontade do Pai seja feita, ao invés da nossa (Mateus 6.5-15). E o clamor que sai da nossa boca deve ser para que, sejam quais forem os desejos d’Ele para a nossa vida, o nosso interior venha alinhar-se aos Seus desígnios.

A nossa postura e oração diante de Deus devem ser de humildade perante Àquele que, Ele sim, é soberano, todo-poderoso e “chama à existência coisas que não existem, como se existissem” (Romanos 4.17).

 - Marianna Bortolini – Professora da EBT

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